A origem do carnaval

30-04-2011 10:28

 

A origem do carnaval

Para assombro de muitos, e inclusive o meu, quem criou o carnaval foi nada mais nada menos que a Igreja Católica Apostólica Romana. Mas como assim? Tudo começou no século VI, com a implantação da semana santa antecedida pela quaresma, determinada pelo papa Gregório I. A quaresma é um período de 40 dias que deveria ser cumprido por todo fiel, todos os anos, com objetivo de lembrar os 40 dias que Jesus passou no deserto consagrando-se. Esse período extende-se da quarta-feira de Cinzas até o domingo de Páscoa, na qual deveriam praticar o à austeridade e o jejum, ficando proibido comer carne. Ou seja, para clariar, a palavra “carnaval” está, desse modo, relacionada com a idéia de “afastamento” dos prazeres da carne marcado pela expressão italianacarne vale ou carnevale, que, acabou por formar a palavra “carnaval”. Outro ponto interessante a destacar é que, já que foi criado pela igreja católica, os únicos lugares em que se comemoraram o carnaval são justamente em países católicos.

Foi então que tudo começou. Para quem está acostumado a viver a torta e a direita tudo que esse mundo carnal oferece, passar 40 dias no sufoco não é mole! E olhe que era uma determinação aos fiéis, que em teoria, deveriam ser cristãos, mas na verdade, certamente religiosos. Surgiu em meio ao “ba fá fá” uma proposta que mais parecia uma condição: “ficamos este imenso tempo em abstinência carnal se for permitido que o povo antes, “extravazar as emoções”.

É interessante que este período deveria ser para se consagrar a Deus, ou seja, a luta contra as obras da carne (a saber: adultério, prostituição, impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas(Gálatas 5 : 19-21) ) eram e são tão difícieis em nosso dia-a-dia, que passariam um período do ano se entregando ao Senhor Deus, buscando nEle a força necessaria, se refugiando nEle, e buscando a purificação e a santidade, que realmente é o caminho para estar na presença de Deus. Mas a grande idéia foi, se antes enfiávamos o pé na jaca, agora vamos é nos enfiar todos de uma vez, e então saciados até a última gota, com a mente, o coração, o corpo, a alma e o espírito totalmente carregados de tudo que a carne oferece, vamos nos consagrar a Deus. Isso é muito interessante, porque se pegarmos somente o “fator” mente, percebemos que os ditos fiéis passariam 40 dias pensando na”esbórnia” do carnaval e ao mesmo tempo, em santificação, em buscar saber a vontade do Pai, em entregar a sua carne, corpo, coração, mente, alma e espírito ao Senhor Deus. Preparação melhor não poderia haver não é mesmo, ainda mais se lembrarmos que Deus não habita com o pecado.

Mas o interessante é que os padres concordaram com a libertinagem, que foi oficialmente aprovada e ainda incentivada por alguns papas chegadas ao carnaval, ou seja, a festa do “adeus à carne”, como Paulo II e Paulo VI, respectivamente dos séculos XV e XVI. Li que se igreja católica não houvesse criado o período da quaresma, não haveria carnaval, mas eu acho mais oportuno dizer que se os líderes da referida instituição religiosa fossem menos religiosos e mais cristãos, ou pelo menos condizentes com a bíblia, não existiria carnaval.

“É necessário também saber que as folias do Carnaval estão ligadas às festas pagãs romanas, que eram calcadas em muita licenciosidade sexual, bebedeira, glutonaria, orgias coletivas e muita música…” hoje quanto homens e mulheres vão ao carnaval, em que pensam? “… Eram conhecidas como bacanais (em homenagem a Baco, o deus do vinho e da orgia), lupercais (em homenagem ao deus obsceno Pã, também chamado de Luperco), e saturnais (em homenagem ao deus saturno que, segundo a mitologia grega, devorou seus próprios filhos).”

É interessante como as pessoas participam das coisas, mas na verdade, não sabem a que realmente estão atreladas, a que estão servindo, mas quem está sendo servido sabe muito bem de seu propósito, a saber: tirar os homens da presença de Deus, lançar-los aos prazeres da carne, que foi o papel do inimigo representado pela cobra no início do pecado no mundo, quando lemos no livro de Gênesis.

O que deveria ser precedito desta dita quaresma, independente de ordem de homens que empossam cargos religiosos, mas a cargo do direcionamento do Senhor Deus através do Espírito Santo, instrumento divino pois é Deus, deixado para os homens, no que diz relação a consagração, seria passar por um período de alimentação.

Os religiosos da época de Cristo o interpelavam perguntando porquê seus discípulos não jejuavam, ao que Jesus lhes respondeu: “Podeis fazer jejuar os convidados para o casamento, enquanto está com eles o noivo?” (Lucas 5 : 24), ou seja, jejuamos depois que vivemos e conhecemos do noivo, da mesma maneira deveríamos antes nos alimentar da palavra. Como nos consagraremos a alguém se antes não o conhecemos? Se não nos enchemos de propósitos ligados a este? Como nos consagramos ao Deus do espírito, se para isso, nos enchemos do deus da carne? 

O resultado disso nós vemos ano após ano, desde as rodas de fofocas até noticiários. Temos mulheres grávidas que agora vão se consagrar a Deus, legal hein. Outros, de ressaca ou quem sabe de overdose, e então, se consagrarão ao Senhor. Outros, que outrora eram saudáveis, agora portadores de vírus HIV, se consagrarão ao Senhor. Alguns que antes eram vivos e tinha uma mente, um corpo, uma alma e um espírito para consagrem ao Senhor, agora não estão mais em nosso meio.

Queridos, se você é um religioso, é bom repensar o que significa estas “liturgias” para você, e para Deus. Se você é ou busca ser um cristão, creio que agora tem uma nova leitura a respeito do carnaval. Se você antes não estava nem aí para o que significa, o que acontece por trás desta festa animada, só queria saber de ir para Salvador, classificado pelo Guiness Book como o maior carnaval de rua do mundo, agora já sabe também que é o maior índice de tudo aquilo que você também não desejaria que te acontecesse, mas mais do que isso, espero que preocupe-se mais com o que teu Salvador tem reservado para ti, e que o Espírito de Deus tenha falado ao seu coração.

Que Deus gere em seu coração, em sua vida, e no que viverá neste próximo carnaval, atitudes e participações que gerem frutos do espírito: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. (Gálatas 5 : 22-23)

 

Fonte :Ricardo de Magalhães Cruz ( 14 de fevereiro de 2009 )